12.7.08

A Caverna de Daniel

"Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem para nós.
Encontros fortuitos são coisa que não existe.
Mas o modo como respondemos a esses encontros determina se estamos à altura de recebermos a mensagem."

Profecia Celestina

Há pessoas que poderiam ler mil livros destes e mesmo assim, continuariam mesquinhas, simplistas e a pensar pequeno, terreno e físico.
O mundo é muito mais do que aquilo que aparenta. Nós somos mais do que a soma dos nossos membros. Somos seres pensantes, comunicativos, sociais, criativos, imaginativos. Não somos apenas um conjunto de cromossomas, moléculas e átomos. Não somos apenas animaizinhos que andamos aqui a fazer de conta que procriamos.

Max Sheller já dizia no início do século: "Na história de mais de 10.000 anos, pela primeira vez o homem tornou-se problemático para si mesmo. O homem não sabes mais quem ele é e dá-se conta de não sabê-lo."
As pessoas não sabem quem são, e eu até entendo isso. Isto é tudo demasiado misterioso para nos darmos ao trabalho de pensarmos sobre o assunto. Assumimos as coisas pré-definidas, dois mais dois são quatro, azul e amarelo dá verde. E nos relacionamentos fazemos o mesmo.
Esquecemos da quantidade de variáveis, sejam elas dependentes ou independentes, as quais nos levam a cometer uma série de suposições mal fundamentadas, e o pior é que a seguir acreditamos nisso com tanta "força" e convicção que os nossos actos nos denunciam.
Somos nós que escolhemos a nossa história, segundo a nossa auto-consciência, de sabermos quem somos, de lutarmos por aquilo que acreditamos, conquistarmos os nossos sonhos, a tal sede de ir mais além. Estarmos à altura de saber o que é fazer justiça, de saber defender o direito do outro. Se realmente desejamos estar à altura, teremos de saber ser honestos, transparentes e corajosos. Assim, e só assim, estaremos realmente, a promover um bem-estar não só pessoal, como também comunitário. Cheio de sentido, transcendendo enfim, o determinismo biológico, ao qual não podemos escapar, a não ser pela morte.
E é entre estes dois extremos biológico e ontológico que existe uma vasta área de liberdade e criatividade que torna a vida digna de ser vivida.

Sem comentários: