Nas esferas do meu pensamento dou por mim acima das nuvens.
No silêncio de um nascer do sol que me ilumina o rosto, vislumbro camadas de algodão doce suave, que me atrai.
E num impulso quebro todas as barreiras e encontro-me no meio de um corropio, onde o vento também nos sorri.
Brincamos, rimos, rimos tanto, tanto que chove na terra, abaixo de nós.
Mas sabemos que não é chuva, são risos, os nossos risos transformados em lágrimas. Tal qual, as pessoas que choram de alegria, porque também se chora de tristeza.
As lágrimas, essas gotinhas de água salgada, que brotam dos nossos olhos, derramam alma e sonhos verdadeiros, como brincar às escondidas por entre nuvens de algodão.
Assim, da próxima vez que chover sobre vós, pensem uma segunda vez, se será mesmo chuva, ou a ladybird, novamente, a brincar com as nuvens, e o vento, claro.
In, Caderno Selado, PB, 03/08