No silêncio do escuro, penso em ti, e nos momentos passados juntos. Tantos, tantos. Mas ainda ontem nos conhecemos, nos encontrámos, num país distante. Cheiros nostálgicos, aromas exóticos, lágrimas de sal e risos fragmentados.
Caminhos que se cruzam num mapa ancestral pré-determinado pelos deuses do crepúsculo de Atenas e Antioquia.
Presos pelos pensamentos, vagos viajantes, numa hora de apertos, de despedidas, de sonhos temidos e vividos, sem nunca olhar atrás, nem duvidar do amanhã perdido.
Hoje estou só, ninguém neste mundo me vê, me perscruta, me ouve os gritos surdos. Nem tu, nem tu que me amas, que me desejas, que me quer ver mais uma vez, nem que seja num rápido olhar ao longe. Tu que me beijas. E a ti, que te nego, sem vacilar, num decidido olhar de esperanças, mesmo que a noite não termine e mais uma vez não te fale, nem te cheire. Mesmo se eu te faltar hoje, é apenas um momento vago, distante, imaginário.
Por isso os sonhos nos desculpam, nos encorajam a sentir, a escrever loucuras mundanas e vulgares de toda uma vida tão preenchida, quanto fútil, no seu âmago.
É a ausência que nos faz sofrer e a noite não nos permite esquecer, nem por breves momentos quando olho para ti, porque és tu, és tu que me fazes viver, porque tu já és toda a minha vida. E eu escrevo só, sempre só.
Nesta vivida ironia de incertezas, aventuras e conquistas, onde as palavras assumem todos os contornos de cor de fogo, âmbar puro africano, sentimentos veraneantes, te espero, te penso e te sonho.
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4 comentários:
Hoje, um mimo para ti:
"Que belos são os teus pés nas tuas sandálias,
ó filha de príncipe!"
In: Cântico dos Cânticos
Beijinho para ti, Mulher!
Fa
Clap clap clap
Deixa-me aplaudir o teu texto, por mais triste e doloroso que te seja o tema. Às vezes acho que são os que saem melhor mesmo.
Obrigada!!
Olá Crezia, bem vinda. Tens toda a razão. É assim, porque são sentidos com forte intensidade.
Beseitos
amo-te :)
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