31.1.08

Um Passado Um Futuro

Faz hoje, exactamente, um ano, que deixei o meu trabalho. Abdiquei-o, porque quando se entra no deserto, temos de despir-nos de tudo aquilo que nos vai pesar, embaraçar, ou até mesmo atrasar a caminhada. Custou-me horrores, mas não havia outra maneira de percorrer a senda que se apresentava perante mim.
Após um ano, de mastigar pó e areia, de não ver um palmo à frente do nariz; olho e tudo me parece um insignificante pesadelo, como se não tivesse acontecido. Tudo porque, finalmente, cheguei ao mar, ao meu mar.
Mergulho naquele azul esverdeado que me purifica, refrigera e me sacia a sede.
Amanhã não será dia 1 de Fevereiro de 2007, porque o deserto nos transforma, e é só por essa transformação gritante que sei que não foi um pesadelo. Foi real, amargamente, real.
Amanhã, dia 1 de Fevereiro de 2008, vivo outra vez. Tudo tem um cheiro novo, tudo tem um sabor mais apurado, as cores brilham mais, o toque aperfeiçoou-se. Tudo porque, se plantou um "jardim de dentro para fora"*.
(in, caderno selado, PB,08)


(*R. Alves)

3 comentários:

Nuno Barreto disse...

Estou muito feliz por esse deserto ter passado :)

VM disse...

Se calhar o teu caminho foi tortuoso, mas se finalmente chegaste ao teu destino, ao teu “mar” e agora o estás a saborear feliz, feliz fico, os meus parabéns

Vilma disse...

:)
Somente aqueles que atravessam desertos, dão valor aos oásis!
DTA